O SUJEITO EPISTÊMICO PLENO

Como vimos na postagem anterior (As duas raízes da Psicologia), a partir do século XVI a XVII, há a quebra da idéia e realidade de que as pessoas não precisavam pensar o que seriam ou fariam, já que eram pré-determinados (se nasci servo, vou morrer servo, se nasci senhor, vou morrer senhor). A identidade já era garantida – sapateiro morria sapateiro, semeador morria semeador e etc. Mas a partir dessa ruptura, cada pessoa que nasce pode ser o que quiser, gerando assim experiências individualizadas. É uma possibilidade, mas também exigência: cada indivíduo pode ser o que quiser, mas precisa ser alguém.


Nessa época, o ser humano foi iniciado naquilo que é a questão de todo homem – “Só é possível saber o que é bom e o que é ruim a partir das minhas próprias experiências”, arcando portanto com todas as conseqüências de suas escolhas.


O sujeito nunca viveu algo assim até aquele momento. É tudo muito novo. Quando ele se sente solto, percebe a necessidade de criar formas de controlar tudo que está acontecendo com ele e ao seu redor. Afinal, este homem não tem nenhuma referência anterior. Momento propício para o desenvolvimento do método científico, para explorar e controlar a natureza. Começa então a criar métodos para aproveitar ao máximo o que é extraído desta natureza. Começa no ser humano e termina na natureza.
Mas com todos os benefícios que a Luz lhe trouxe, o homem também percebeu que a liberdade que possuía poderia ter um preço alto demais. A subjetividade humana é incontrolável. 


Quem então se proporia a entender isso? A Psicologia.
O cientista precisa ter o mínimo de controle de sua subjetividade para não interferir no conhecimento científico. Este ser humano tinha  a ilusão de controlar as emoções humanas. O projeto se definia em um sujeito que através da razão mantivesse suas emoções sobre controle – o SUJEITO EPISTÊMICO PLENO – sede, fundamento e fiador de todas as certezas.


Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas