LUTO E MELANCOLIA
Um dos pensamentos anteriores à 2ª Tópica de Freud. A base do que vamos pensar é que a psicanálise fala de coisas que não são novas, mas como é extremamente desconfortável, não é fácil se falar ou pensar nestes determinados assuntos.
Enquanto as outras teorias procuram entender tudo de forma intelectual, a psicanálise foca o emocional.
Toda vez que perdemos algo muito importante, passamos pelo LUTO. A perda começa desde o parto – a perda do ambiente uterino em troca do mundo lá fora.
Na perda, nos recolhemos do mundo externo e nos voltamos para o mundo interno, nos desinteressando pelo que está lá fora.
Somos abandonados por Eros e ficamos a mercê de Thanatos.
Quando o EU percebe o perigo, há o recolhimento até que consiga entender o que está a sua volta e seja capaz de reformular seu mundo sem o objeto perdido.
Há momentos que é necessário entender-se sem o outro – Narciso: no sentido de se valorizar.
Melankholia –
do grego kholes (bílis) e mêlas (negro), literalmente "bílis negra".
Quando perde-se a coisa, ou acontecerá o luto como processo, algo que se transforma, ou a melancolia como estado, algo estanque.
Na melancolia, o próprio EU se perde com o objeto. O sujeito chega a atribuir todos os seus fracassos à perda desse objeto. Ex: o autista. Trata-se de uma melancolia crônica. Ele vive como se ainda estivesse no útero, sem precisar estar inserido socialmente, etc.
A melancolia é caracterizada pelo Narcisismo. Preciso
do OUTRO para ser EU. Se o OUTRO morrer, ou se morre junto, ou torna-se o OUTRO para viver.
Incapacidade de superar aquilo que foi perdido. O que vai acontecer a partir da perda dependerá do vínculo que se tinha com a coisa.
Podemos construir, mas é preciso estar forte o suficiente para isso.
Inspirado nas aulas de Renato Dias Martino - Professor, Escritor e Psicoterapeuta
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