OBJETO TRANSICIONAL – APOIO PARA O 3° EXCLUÍDO

Para relembrar o que já foi dito acima e assim dar continuidade ao assunto nestes textos tratado, Símbolo é ver com a alma.
Na verdade a criança não vê graça nenhuma em simbolizar. Ela quer estar junto da mãe e não simbolizá-la.

O bebê (e nós, durante o tempo que vivermos nesta terra), visualiza a realidade através de imaginações. Se a realidade confirmar o que ela imaginou, transformará em Símbolo.
Quando o bebê reconhecer que se separou da mãe, que não pode mais tê-la, ele procurará algo que a substitua, como um pano. Apresento-lhes então o “Objeto Transicional”! Quanto mais desprezível essa coisa estiver, melhor para ele será. Ai da mãe se tentar lavar o pano fedido e encardido!...



Não é um objeto imposto pelo adulto como poderíamos pensar na chupeta, nem é o “dedo na boca”, pois isso já seria Narcisismo Primário, mas trata-se de algo que a criança escolhe.
Esse objeto só perde para a mamãe, pois quando o bebê está com a mãe, esquece de seu “paninho”. O momento de dormir com a mãe é maravilhoso, mas ele sabe que é melhor levar o paninho porque quando ele pegar no sono a mãe o deixará, mas o paninho continuará à sua companhia.
Quanto mais tranquila for a percepção da mãe (mãe ambiente), mais fácil será para o bebê se libertar disso, dispensar essa presença do objeto tão querido.
Mas por que será que o bebê gosta tanto desse Objeto Transicional? Porque como ele já percebeu que não pode ter a mãe só para ele, (o espelho, lembram-se?), pode fazer com ele o que não pode fazer com a mãe. Cheirar, amarrá-lo em seu corpo, amassar se ficar nervoso com ele, levá-lo para onde for...
O Objeto Transicional é o que auxilia na tarefa de ser o 3° Excluído... Sim, isso mesmo! Sabe quando o papai e a mamãe querem seu tempo só para os dois? Quando entram no quarto e dizem : - vá dormir na sua cama querido! Quando a mãe está amamentando e o pai pergunta : - que hora que esta festa vai acabar? Agora é a minha vez!


As mães passam bons e maus bocados com a criançada... A criança sempre está querendo sua atenção, e se ela não tiver esse ambiente, ele fará alguma coisa para causá-lo...
Uma criança por exemplo, que faz xixi na roupa depois de uma certa idade, está chamando a atenção para ela e tanto a mãe como os outros estão falando dela. Assim ela consegue ser o centro das atenções, a mãe de alguma forma será obrigada a lhe prestar atenção.



Não adianta a mãe conversar com a criança ou ficar ansiosa para tudo isso terminar. Dependerá unicamente da criança entender que o que está fazendo é uma grande bobagem.
Podemos enxergar como a mãe deve mesmo ser o suporte da criança em todo o seu desenvolvimento. Não sejamos hipócritas de dizer que é uma situação fácil. Como o bebê só quer mas não devolve nada, é preciso que a mãe também tenha ao seu lado alguém que lhe apóie e lhe acolha sempre – o papai. Como diria meu grande amigo Maicon Vijarva, o pai é o ambiente da mãe, e a mãe é o ambiente do bebê!
Na mitologia grega, a mãe era Gaia, que quer dizer Terra, ou seja, a base de tudo.



Não é a toa que Deus comparou o seu amor ao amor de mãe, tão profundo como é:
Isaías 49.15: “Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti”.


Baseado na aula de Renato Dias Martino, professor e psicoterapeuta.

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